O projeto “Ecomuseu dos Campos de São José: reflorestando a trilha do Callithrix aurita” traz em seu título a referência ao sagui-da-serra-escuro (nome científico Callithrix aurita). Atualmente um dos primatas em maior risco de extinção do mundo, o sagui-da-serra-escuro é nativo de regiões de floresta de altitude da Mata Atlântica dos estados de São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais.
No município de São José dos Campos, existe um alto índice de avistamentos de sagui-da-serra-escuro, o que abre uma oportunidade de pesquisa, monitoramento e ações de educação ambiental para a conservação deste animal.
O Ecomuseu CSJ, por meio de parceria feita com a Universidade de Viçosa (UFV), contratou o Centro de Conservação do Sagui-da-Serra (CCSS), referência mundial na pesquisa e conservação desse primata, para realizar o monitoramento desse animal, bem como a captura de indivíduos alóctones e esterilização de indivíduos híbridos. Além disso, estão sendo realizadas análises genéticas dos animais e atividades de educação ambiental a fim de entender e mediar a relação entre pessoas e saguis.
Além dos saguis, também promovemos ações para a conservação de outros seres do nosso território, como as abelhas nativas sem ferrão, animais fundamentais para nossa existência e para o ecossistema em que vivemos! As abelhas desempenham um papel crucial na polinização de plantas, sendo responsáveis por até 90% da polinização das árvores nativas.
No monitoramento é feito o registro do local, a quantidade de indivíduos presentes e em quais condições esses animais se encontram. Se são vistos em meios urbanos ou em fragmentos de matas, como estão se alimentando, qual a relação das pessoas com os animais, com qual frequência são avistados.
Fotografias e imagens de drone são algumas das evidências que usamos para comprovar a existência desse animal no território. Também registramos as fotografias que os comunitários nos enviam, reforçando a importância da ciência cidadã para essa pesquisa e estimulando a participação das pessoas da comunidade na obtenção de informações.
As saídas de campo são importantes para a aproximação da equipe de pesquisa dos moradores dos territórios. Buscamos conhecer as relações das pessoas com os animais e promovemos a troca desses saberes. Assim, conseguimos orientar a população sobre como conviver com esses animais de uma forma saudável e segura, tanto para os animais, quanto para as pessoas.
Tirar dúvidas e promover a educação ambiental de uma forma lúdica, afetuosa e efetiva também é um dos nossos objetivos. Pensamos juntos com a comunidade e os meios acadêmicos em como coexistir e fazer com que as pessoas conheçam e se empoderem do patrimônio local.
O plantio de árvores está diretamente ligado à conservação da fauna local, pois as árvores fornecem alimento, abrigo e local para reprodução de diversas espécies de animais. No ciclo natural, a fauna selvagem depende de plantas nativas para sua sobrevivência, bem como dos cursos d’água, portanto, a diminuição de fragmentos florestados, a urbanização e a existência de ambientes aquáticos poluídos são realidades que impactam negativamente a biodiversidade. Por meio de mutirões de limpeza e de plantio, o Ecomuseu trabalha para minimizar a perda da biodiversidade local.
O Ecomuseu também tem o papel de mapear a ocorrência de outros animais da região, como teius, gambás, jacus, sapos, capivaras, entre outros. Esse mapeamento é realizado por meio de depoimentos coletados com moradores, registros fotográficos e georreferenciamento.
Para apresentar os animais nativos às crianças pequenas, elaboramos o livro ‘Que bicho é esse? Brincando e aprendendo’, de autoria de Camila Inês e Regiane da Silveira, com ilustrações de Débora dos Santos. O objetivo desta publicação é difundir, de forma lúdica, a importância da fauna local, estimulando um sentimento de cuidado e responsabilidade nas crianças leitoras
O Ecomuseu, por sua atuação comunitária, se responsabiliza por orientar as pessoas sobre como agir em situações de resgate de animais silvestres.
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